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Foto do escritorMaria Fernanda

O que sabemos sobre a vacina de Oxford-AstraZeneca?

Oláaaa, povão! Tudo bem?


Na semana passada recebemos a notícia mais aguardada de todos os tempos: o povo brasileiro vai começar a ser vacinado contra a COVID-19! No dia 17/01/2021, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) autorizou o uso emergencial das vacinas CoronaVac e de Oxford-AstraZeneca!


O Ciência Povão já fez um post sobre ‘O que sabemos sobre a CoronaVac?’ (acesse o link clicando aqui) e agora é a vez de falar da vacina de Oxford-AstraZeneca!


Quem desenvolveu?


Esta vacina foi desenvolvida pela Universidade de Oxford e o laboratório britânico AstraZeneca. No Brasil, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) participou do ensaio clínico e adquiriu transferência total de tecnologia da vacina.


Qual a tecnologia por trás da vacina?


Diferente do que vimos com a CoronaVac, que é uma vacina que utiliza como estratégia o uso do vírus SARS-CoV-2 inativado, a vacina de Oxford-AstraZeneca utiliza um vetor viral!


Vamos entender!


Esse tipo de vacina aproveita uma característica comum dos vírus: eles infectam células e transmitem seu material genético. Há muitos anos, cientistas vêm estudando a possibilidade de aproveitar essa característica para o desenvolvimento de uma tecnologia que envolve o uso de um vírus (que não cause doença) apenas como um transportador, um vetor! E é isso o que essa vacina faz!


Nessa vacina, utiliza-se um vírus chamado de adenovírus. Ele não é o vírus SARS-CoV-2, mas sim um vírus que não causa doença e que só é utilizado como um transportador de um material genético! No caso da vacina de Oxford-Astrazeneca, é adicionado apenas um pedaço do material genético do SARS-Cov-2. Adiciona-se o gene (fragmento de DNA) responsável pela produção da proteína Spike. Essa proteína é muito importante para possibilitar a entrada do vírus nas células.













Fonte (adaptado de NYTimes)


E como funciona a vacina?


Os vírus inativados carregando o gene da proteína Spike vão infectar as células humanas. O DNA que eles estão carregando vai ser utilizado como molde para a produção de RNA mensageiro (mRNA) e, posteriormente, para a produção da proteína Spike.




Essa proteína é direcionada para a superfície da célula e isso emite um alerta para o sistema imunológico! “Como assim essa célula está produzindo essa proteína? Nunca a vi por aqui! Deve ser perigosa! Vamos criar uma frente de combate e já deixar uns soldados em alerta para o caso de ela aparecer de novo!”. Dessa maneira, a pessoa vacinada é imunizada contra o vírus que causa a COVID-19.



Além da vacina de Oxford-Astrazeneca contra a COVID-19, outro exemplo de vacina que também utiliza a tecnologia de vetor viral é a vacina contra o Ebola.


Qual a eficácia dessa vacina?


A vacina alcança 70% de eficácia contra a COVID-19 apenas 22 dias após a primeira dose e 100% de eficácia contra hospitalização e casos graves da doença. Após a segunda dose, essa eficácia sobe para 80% e mantém a mesma eficácia contra os casos graves e hospitalização.


O Brasil vai produzir a vacina ou só vai comprar?


Além de receber a vacina pronta, a Fundação Oswaldo Cruz adquiriu transferência total de tecnologia da vacina Oxford-AstraZeneca e, assim que tiver os insumos para produção, fabricará a vacina em solo brasileiro. A Fundação tem o objetivo de produzir 100,4 milhões de doses até julho de 2021 e mais 110 milhões de doses entre agosto e dezembro.


Como é o armazenamento?


A vacina de Oxford-AstraZeneca pode ser mantida em temperatura de geladeira comum (de 2°C a 8°C), o que é muito importante considerando seu transporte e a estrutura disponível no SUS. Outro detalhe: o frasco da vacina que será produzida pela Fiocruz poderá permanecer por até 48h aberto e acondicionado em geladeira. Isso é fundamental para que não haja perda de doses.


Quais países vão usar essa vacina?


Além do Brasil, o Reino Unido já começou a vacinar pessoas de grupos de risco. Índia, Argentina e México também utilizarão essa vacina.


Quando começará a aplicação da vacina?


Foi feita a compra de 2 milhões de doses prontas produzidas na Índia, pelo Instituto Serum. No dia 22/01/2021 essas doses foram recebidas e, no dia seguinte, já foi feita a aplicação da vacina. Essas doses serão distribuídas para alguns estados!


Como será feita a vacinação?


A vacina Oxford-AstraZeneca será aplicada em 2 doses com intervalo de 3 meses entre elas. Esse tempo de 3 meses pode ser crucial para aliviar o sistema de saúde.

REFERÊNCIAS

  • https://www.nytimes.com/interactive/2020/health/oxford-astrazeneca-covid-19-vaccine.html

  • https://portal.fiocruz.br/pergunta/como-e-feita-vacina-candidata-da-covid-19-da-universidade-de-oxford/astrazeneca

  • https://portal.fiocruz.br/noticia/covid-19-anvisa-autoriza-uso-emergencial-da-vacina-da-fiocruz

  • https://portal.fiocruz.br/vacinascovid19

  • https://g1.globo.com/bemestar/vacina/noticia/2021/01/09/vacina-de-oxford-o-que-se-sabe-ate-agora-sobre-a-principal-aposta-de-imunizacao-do-ministerio-da-saude.ghtml

  • https://www.sanarmed.com/tipos-de-vacinas-em-estudo-contra-covid-19-resumo

  • https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2021/01/23/fiocruz-finaliza-analise-de-seguranca-e-libera-doses-para-distribuicao.ghtml

  • https://www.aljazeera.com/wp-content/uploads/2020/11/000_8VD3XE.jpg?resize=1200%2C630


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