Sabe aquela preguiça que dá de ter que lavar todas as compras? “Aaaaaah não deve ter mais vírus ali não!”. Será mesmo? Vamos lá!
Já é sabido que alguns vírus são capazes de permanecer em determinadas superfícies e materiais. Como a COVID-19 é uma doença nova, alguns trabalhos científicos vêm sendo desenvolvidos com o objetivo de descobrir se esse novo coronavírus, o Sars-CoV-2, também é assim.
Antes de falarmos do resultado dessas pesquisas, vamos esclarecer uma coisa: Vocês concordam que há uma diferença entre o vírus ser detectado e dele ser infeccioso? Se ele é detectado, não necessariamente ele está “vivo” para ser capaz de infectar. Simplesmente significa que ele está ali. Agora, se o vírus é detectado e experimentos comprovam que ele é capaz de infectar novas células, isso mostra um potencial risco de contaminação.Tendo esclarecido isso, podemos dizer que todos os trabalhos publicados até então tiveram o cuidado não só de detectar o vírus, mas também de saber o que no final das contas é o que nos interessa: Esse vírus é capaz de infectar?
Então simbora!
Até o momento que este post foi escrito, há dois trabalhos já submetidos em revistas e um que está disponível para análise da comunidade científica (se tiverem curiosidade em ler, encontram-se nas referências mas são em inglês u.u)
E o que eles fizeram?
Pegaram diferentes materiais como papel, plástico, vidro, aço, algodão, entre outros e colocaram uma determinada quantidade de vírus em contato com essas superfícies. Eles deixaram esse vírus no material e, conforme o tempo ia passando, eles coletavam o vírus do material e colocavam em contato com células. Depois disso, eles verificavam se o vírus era capaz de infectar essas células!
Resumimos abaixo alguns dos resultados obtidos. Nessa tabela podemos ver o material e o tempo de duração do vírus na sua forma infectiva segundo cada um dos trabalhos científicos: The Lancet Microbe, New England Journal of Medicine e medRxiv.
OBS: Na tabela, ‘- ‘ representa que o artigo não testou esse material!
Podemos observar que alguns materiais obtiveram resultados bem diferentes. Isso porque eles foram testados em condições diferentes! Como por exemplo, a forma como o vírus era colocado no material e a quantidade de vírus! Sendo assim, mais trabalhos serão necessários para verificar qual a duração do vírus nessas superfícies.
Então, fique atento! Se você tocar em uma dessas superfícies contaminadas com o vírus e, em seguida, levar as mãos à sua própria boca, nariz ou olhos, você pode ser infectado!
Tendo tudo isso em mente, podemos concluir o seguinte: Superfícies e materiais contaminados podem ser um risco, mas não são a principal via de contaminação da COVID-19! A principal forma de transmissão do vírus é de pessoa para pessoa!
Autora
Maria Fernanda
Graduada em Biotecnóloga
Mestre e doutoranda de Química Biológica
Referências:
Stability of SARS-CoV-2 in different environmental conditions. The Lancet Microbe. Chin e cols., 2020.
Aerosol and Surface Stability of SARS-CoV-2 as Compared with SARS-CoV-1. New England Journal of Medicine. Doremalen e cols., 2020.
Stability of SARS-CoV-2 on environmental surfaces and in human excreta. medRxiv. Liu e cols., 2020.
Imagens de microscopia eletrônica de transmissão: NIAID.<https://www.niaid.nih.gov/news-events/novel-coronavirus-sarscov2-images>. Acessado em Junho 2020.
Center for disease control and prevetion. How COVID-19 Spreads.<https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/prevent-getting-sick/how-covid-spreads.html> . Acessado em Junho 2020.
Gostaram? Continuem com a gente, porque estamos sempre trazendo novidades para vocês. Sigam as nossas redes sociais: @cienciapovao
Comments