top of page
Foto do escritorCiência povão

Que psicólogo (a) devo buscar?

Olá, povão! Como estão? Hoje vamos conhecer as diferentes abordagens clínicas da Psicologia. Quem sabe isso não te ajuda na busca por um (a) psicólogo (a)?


Bem, pessoal, vocês já devem estar um pouco familiarizados com a Psicologia, seja por nossas publicações, seja porque conhecem alguém que faz psicoterapia, ou até mesmo por já terem considerado começar um tratamento psicológico. Mas, talvez o que vocês não saibam, é que nem todo psicólogo clínico trabalha igual!


Como assim, Ciência Povão?


Bem, pessoal, a Psicologia é um campo de conhecimento vasto que reúne diversos saberes distintos. Vamos focar aqui na Psicologia Clínica.


A psicologia clínica, a que é praticada em consultório, possui diversas vertentes, isto é, diferentes conhecimentos psicológicos que fundamentam uma prática, em outras palavras, como o psicólogo faz o seu trabalho. No entanto, esses conhecimentos não são iguais, e cada um deles oferece uma maneira distinta de trabalhar as queixas dos pacientes.


É por isso que pode acontecer de você ser atendido por dois psicólogos ao longo de sua vida e cada um deles ter uma atuação diferente da outro.


O conhecimento teórico que fundamenta a prática do terapeuta, isto é, como ele faz o seu trabalho, é conhecido como a abordagem ou a linha teórica do psicólogo. Por isso a pergunta dirigida a alguns psicólogos: Qual a sua linha (teórica)? ou Que abordagem você segue?



É importante saber a linha teórica do psicólogo antes de iniciar um atendimento psicológico?


Bem, povão, pode ser importante para evitar transtornos, como não se identificar com a terapia devido ao método de trabalho psicológico, o que evitaria uma desistência precoce, possibilitando uma escolha mais acertada na hora de buscar o profissional. Mas não se preocupem caso não souberem essa informação, o mais importante em uma terapia é se sentir confortável na relação com o terapeuta e perceber que o trabalho que está sendo feito tem trazido frutos. Se a sua terapia cumpre todos essas condições, a abordagem do psicoterapeuta é só um detalhe.


Agora, vamos ao que interessa!


Principais abordagens clínicas psicológicas individuais


Psicanálise


Fundada por Sigmund Freud (1856-1939), essa abordagem trabalha profundamente o inconsciente. O inconsciente é um estrutura de nosso aparelho psíquico (“mente”) regido por leis próprias. Acessá-lo não é nada fácil, pois ele é protegido pela resistência, mecanismo que impede que os conteúdos reprimidos que geram angústia e sofrimento ao sujeito venham à tona. Os sonhos, os atos falhos (quando dizemos uma coisa diferente do que queríamos expressar), os chistes (piadas) e o sintoma são formações do inconsciente, isto é, maneiras pelas quais ele aparece, sempre de forma embaralhada, deformada e irreconhecível.


O sintoma na teoria psicanalítica não significa sinal de doença, mas sim o modo desenvolvido pelo sujeito para lidar consigo e com o mundo, o qual pode ser, por vezes, danoso, causando-lhe sofrimento psíquico.


O método terapêutico é a associação livre, na qual o paciente é estimulado a falar livremente o que lhe vem à cabeça, sem qualquer tipo de censura ou inibição. Na Psicanálise, a fala é primordial para o acesso aos conteúdos reprimidos do inconsciente, permitindo a elaboração e, por sua vez, a superação de traumas e desordens mentais.


Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)


As abordagens cognitivo-comportamentais se baseiam na ideia básica de que existe uma realidade que é processada de maneira única, singular, por cada pessoa. Assim, não é a situação em si que produz emoções e comportamentos, mas sim como a interpretamos.


De acordo com essa teoria, há uma interação entre cognição (mente), emoção e comportamento. Mexendo em qualquer um desses elementos, consequemente os demais serão alterados, pois um influencia o outro.


Quando algo acontece, imediatamente interpretamos o que aconteceu. A nossa estrutura de pensamento é formada desde o nascimento e é modificada a partir de nossas vivências. Aaron Beck esquematizou essa estrutura em três níveis: crenças centrais, crenças intermediárias, pensamentos automáticos.


As crenças centrais, intermediárias e os pensamentos automáticos estão interligados no processamento cognitivo dos transtornos mentais. O objetivo da TCC é ajudar o paciente a perceber seus pensamentos distorcidos, possibilitando novas formas de compreensão de suas experiências.

Gestalt-terapia


A gestalt-terapia dá ênfase à experiência, ao vivido. O gestalt-terapeuta tem como objetivo colocar o cliente em contato com sua experiência, promovendo um processo de tomada de consciência, um reconhecimento de si, ou melhor dizendo, um “dar-se conta” (de si). A partir do momento que a pessoa se questiona, se confronta, outras possibilidades surgem.


É uma abordagem que estimula o cliente não apenas falar de suas emoções e experiências, mas experimentá-las em tempo real junto ao terapeuta, permitindo sua elaboração. Assim, a gestalt-terapia é uma abordagem que se concentra nas experiências do aqui e agora do cliente.


Nessa abordagem, o homem é compreendido com um ser que realiza constantes trocas com o meio, portanto, não é determinado pelo ambiente, mas sim fruto de uma relação de mão-dupla: ao mesmo tempo que é afetado por ele, também o afeta. Nessa perspectiva, o ser humano é construído a partir das relações que ele constitui com os outros e com o meio.


Humanismo


Para a Psicologia humanista, o homem é livre a qualquer forma de determinação, seja ela social, biológica ou histórica. Assim, não podemos afirmar que alguém se tornará necessariamente algo devido ao ambiente em que vive, à sua carga genética ou estrutura física ou devido à condição histórica em que vive. Todos esses fatores influenciam, mas não determinam quem somos ou seremos.


No humanismo, o homem é tomado com um ser holístico, ou seja, como um todo: corpo, mente e emoções são unidades inseparáveis. Ele é sempre único, ativo e capaz de se autorrealizar, o que significa que somos capazes de nos autodesenvolver e de atingir o nível mais elevado de nosso potencial.


Carl Rogers, um dos iniciadores do movimento humanista, propôs uma forma de psicoterapia chamada de abordagem centrada na pessoa, a qual tem como objetivo destacar a autonomia do cliente, e não o papel do psicoterapeuta. Nesse entendimento, o cliente é o responsável pelo sucesso de seu tratamento, cabendo ao terapeuta escutá-lo, facilitar o processo de autoconhecimento e a ajudá-lo no reconhecimento de sua personalidade.


Psicologia Fenomenológica-existencial


Nessa abordagem, que se baseia em correntes filosóficas, o homem é compreendido com um ser indeterminado, isto é, um ser que não está pronto, acabado, mas sim um ser de possibilidades. Marcado por nenhuma essência (algo permanente, imutável) e por ser possibilidade, conserva em si a capacidade de mudança. É a partir de sua experiência no mundo e com os outros que o homem vai ganhando uma essência.


Nessa abordagem, também somos convocados a refletir sobre as nossas escolhas e, principalmente, a assumir a responsabilidade e as consequências de nossas ações (fruto de escolhas).

O adoecimento psíquico, de acordo com essa teoria, é fruto de uma restrição do poder ser, isto é, da condição de possibilidades que é o homem. Por exemplo, uma pessoa neurótica está restrita a esse modo de ser, fechada a outras possibilidades que permitem um existir saudável.


Formas de atendimento

Pessoal, melhor do que saber qual abordagem clínica escolher, vale dizer que vocês podem ter acesso a elas tanto de forma presencial quanto virtual, através do atendimento online. Por conta da pandemia, o atendimento presencial se tornou praticamente inviável e a solução para muitos psicólogos foi atender seus clientes de modo online. Essa modalidade de atendimento fica a critério do psicólogo, e não de sua abordagem terapêutica!


Está esperando o que para buscar um psicólogo?


Por hoje é só, povão! Até mais!


Autora

Jessica Melo

Psicóloga e Psicoterapeuta





Referências:


JACÓ-VILELA, A. M.; FERREIRA, A. A. L., PORTUGAL, F. T. (Orgs). História da Psicologia: rumos e percursos. 3ª ed. Rio de Janeiro: Nau, 2013.




Gostaram? Continuem com a gente, pois estaremos sempre trazendo novidades para vocês. Nos sigam no instagram @cienciapovao. Aproveitem e compartilhem com amigos e familiares.




24 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page