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Pra onde vai o nosso lixo?

E aí povão, como vocês estão? Espero que bem e seguindo as recomendações para não se contaminarem com o vírus da COVID-19. Bom, hoje vamos refletir um pouco sobre o lixo.


O que é lixo?


Bom, lixo é um termo usado para definir tudo aquilo que consideramos velho, sujo e sem valor. O lixo constitui uma preocupação a nível mundial, principalmente nos grandes centros urbanos, onde pode haver falta de coleta de lixo regular.


Você sabia?


Você sabia que, de acordo com o estudo “Solucionar a Poluição Plástica: Transparência e Responsabilização”, feito pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF), o Brasil é o 4º país que mais produz lixo no mundo? Pois é povão, são cerca de 11.355.2020 toneladas e só 1,28% é reciclado. O nosso querido país só está atrás dos EUA (1º lugar), da China (2º lugar) e da Índia (3º lugar).


Dados do Banco Mundial Brasileiro mostraram que, somente de plásticos, mais de 2,4 milhões de toneladas são descartadas de forma irregular, sem tratamento e, em muitos casos, em lixões a céu aberto (que é super comum).


Para onde vai o nosso lixo?


Povão, o lixo após ser coletado geralmente é direcionado para o aterro sanitário. Aproximadamente 7,7 milhões de tonelada de lixos são destinados a este espaço. No entanto, o lixo pode ser também ser direcionado ao lixão a céu aberto.


O que é o aterro sanitário?


O aterro sanitário é um local onde os resíduos sólidos gerados pelos moradores são destinados. Este possui lixo (resíduos sólidos) provenientes de indústria, hospitais, residências e construções. A maior parte deste conjunto de resíduos sólidos de diversos lugares são formados por materiais não recicláveis.


O aterro sanitário é uma obra de engenharia que tem como princípio tratar da decomposição final dos resíduos da forma mais amigável ao ambiente.


Como funciona o aterro?


O seu funcionamento é basicamente:

  • A base do aterro que possui um sistema de drenagem de chorume (líquido de cor escura, cheiro ruim, resultante da decomposição do lixo realizada por microrganismos. Possui alta capacidade de poluição)

  • A base deve estar em cima de uma camada impermeável de polietileno de alta densidade (PEAD), em cima de uma camada de solo compactado para evitar que haja vazamento de líquidos nele . Evitando assim contaminação dos lençóis freáticos;

  • O interior do aterro possui um sistema de drenagem de gases, possibilitando a coleta do biogás (constituído por metano, CO2 e vapor de água) até a atmosfera. Este gás é queimado ou é aproveitado para geração de energia.

  • Todos os resíduos são cobertos por camadas de argila e também é constituído por um sistema de drenagem de águas pluviais, protegendo de infiltrações de água de chuva no interior do aterro;

  • Todo o aterro sanitário deve ser monitorado;

  • Todo o limite do aterro deve ser cercado, impedindo entrada de estranhos e animais;

  • O aterro precisa possuir balança para controle da quantidade de resíduos que estão entrando;

  • Guarita;

  • Prédio administrativo;

  • Oficina;

  • O aterro deve ter uma distância de aproximadamente 200 metros de qualquer curso d’água.


E o lixão, ciência povão? Moro perto de um. Quando está muito calor, fede horrores. Fala mais sobre isso.


O lixão é uma forma incorreta de disposição final de resíduos sólidos. Este é caracterizado pela forma simples de descarga de lixo sobre o solo, sem que hajam medidas de proteção ao meio ambiente ou até mesmo a saúde pública. É uma descarga de lixo a céu aberto.


Além disso, no lixão não existe qualquer tipo de controle de resíduos depositados num dado espaço. Então o lixo industrial, hospitalar, residêncial, de construções e etc, estão em conjunto.


Os problemas associados ao lixo a céu aberto:


  • Presença de animais que podem transmitir doenças (abutres, porcos, entre outros);

  • Risco para os catadores (que geralmente moram nesse espaço e sobrevivem da coleta de lixo);

  • Risco de incêndios causados pelos gases gerados da decomposição;

  • Desvalorização do espaço;

  • Mau cheiro;

  • Emissão de gases do efeito estufa


Além do mais, o lixão não protege contra contaminação de lençois freáticos.


Agora que vocês já sabem um pouco mais sobre o nosso lixo. Parte vai para o aterro sanitário e é mais controlado ambientalmente, e a outra parte vai para o lixão a céu aberto, gerando uma série de problemas ambientais.


Você sabia que 25 milhões de toneladas de resíduos são despejados nos oceanos por ANO?


Então povão, é verdade, muito dos lixos vão parar nos oceanos, mas como? Isso ocorre devido ao descarte inadequado dos lixos, seja através do esgoto ou até mesmo pelo lixão a céu aberto que encontra-se próximo aos corpos d’água que vão parar no mar.. E aí temos um problema mais grave ainda, pois afeta a vida marinha. A Associação Internacional de Resíduos Sólidos (Iswa, na sigla em inglês) estimou a partir da revisão de literaturas científicas que 25 milhões de toneladas de resíduos são despejados nos oceanos por ANO, ou seja, cerca de 80% destes são despejados nos oceanos devido a uma má gestão dos resíduos sólidos.


Dados indicam que o lixo vai para os oceanos, a metade é plástico (12,5 milhões)!

O lixo marinho já é um problema global semelhante ao aquecimento global.


Se quiser entender mais sobre a poluição com plástico, deixe nos comentários =]


Reutilizando o lixo orgânico


Você sabia que em relação aos alimentos orgânicos, você pode recorrer a técnica de compostagem e assim reduzir a quantidade de lixo?


A compostagem trata-se de um processo biológico de decomposição da matéria orgânica que está contida em restos de origem animal e vegetal (no entanto, apresenta algumas restrições). Essa é uma técnica que tem como resultado final um produto que pode ser aplicado no solo, a fim de fertilizá-lo sem ocasionar riscos ao meio ambiente. É basicamente uma reciclagem natural.


É importante salientar que o chorume liberado na compostagem é diferente do chorume gerado em aterros sanitários e lixões. O chorume produzido em composteiras é resultante da decomposição da matéria orgânica pura, pode ser usado tanto como fertilizante quanto como pesticida natural. Já o chorume gerado em lixões e aterros sanitários contêm outros resíduos e dejetos que podem gerar substâncias contaminantes que são prejudiciais a saúde do homem e do meio ambiente.


Se quiser entender um pouco mais sobre compostagem, diga nos comentários.


Uma alternativa bem legal que devemos aplicar no nosso dia a dia é a reciclagem.


Quando reciclamos o lixo, permitimos que haja uma certa redução de lixo nos lixões e aterro sanitário. Além disso, esse lixo reciclado é reutilizado. Então, tente aderir isso na sua vida, separe o plástico, vidro, metal e papel dos resíduos orgânicos e por fim, descarte corretamente nos contentores ecológicos da sua cidade. Você estará ajudando o meio ambiente!

Então por hoje é só povão. Até a próxima!


Autora

Isabella Rocha

Bióloga

Mestrando em Bioquímica Clínica


Referências

3. REGO, Rita de Cássia Franco; BARRETO, Maurício L.; KILLINGER, Cristina Larrea. O que é lixo afinal? Como pensam mulheres residentes na periferia de um grande centro urbano. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro , v. 18, n. 6, p. 1583-1591, Dec. 2002.



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