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O que é a Cárie?

Olá povão! Tudo bem? Meu nome é Natália Caldas, sou cirurgiã dentista formada pela UFF/NF e hoje vamos falar um pouquinho sobre os nossos dentes e os cuidados que devemos ter com eles.


Todos nós sabemos que uma higiene ruim traz uma série de problemas para a nossa boca. Desde criança ouvimos que, se não escovarmos os dentes após uma refeição, vamos ter “bichinhos” na boca. Vamos entender o que são esses “bichinhos” e o que eles podem fazer.


POR DENTRO DO DENTE...


Os dentes podem ser divididos em duas regiões: a que vemos (coroa) e a que está dentro da gengiva (raiz).


Agora vamos conhecer os tecidos que compõem os dentes! Olhando o dente de fora pra dentro:

  • A coroa é revestida por um tecido duro e rico em minerais (mineralizado), chamado esmalte. Esse tecido é translúcido e a cor que percebemos do dente é da dentina.

  • A dentina é uma parte mais interna do dente e está presente tanto na coroa quanto na raiz! É formada por um tecido mineralizado e pode ter uma coloração que varia de amarela a branca-acinzentada.

  • A camada mais interna do dente é chamada de polpa! Ela é composta por fibras nervosas, vasos sanguíneos e vasos linfáticos (relacionados com o nosso sistema imune!). Ela é a responsável por sentirmos todos os estímulos: sensibilidade quando tomamos um sorvete, dor quando um dente está doente...

  • Todos sabemos que os dentes ficam presos na boca e as estruturas responsáveis por isso são os ligamentos periodontais. Eles são um grupo de fibras flexíveis que prendem os dentes ao osso!

  • E se você está se perguntando: Osso? Sim! Os dentes não são ossos, mas se prendem a eles! São os ossos que são suporte aos dentes.

  • Também não podemos deixar de falar da gengiva! É um tecido que se situa sobre o osso e, normalmente, tem cor de rosa.


Agora que já conhecemos as estruturas que formam os dentes, podemos falar sobre algumas doenças bucais conhecidas!


O QUE É CÁRIE? O QUE ELA FAZ COM NOSSO DENTE?




É uma doença influenciada por três fatores: dieta, o indivíduo e bactérias, somados ao tempo. O que inicia a cárie e leva a sua progressão é o acúmulo de biofilme, que fica aderido ao dente de forma organizada. O biofilme é um conjunto de várias bactérias unidas por substâncias que vão garantir proteção à essa comunidade.


Na dieta, a sacarose, que é um açúcar, é o principal fator para a progressão da cárie, pois atua como nutriente para produção de ácidos pelas bactérias cariogênicas, com subsequente perda de mineral do esmalte dental. Ou seja, o desequilíbrio das bactérias, junto à dieta e higiene ruim, vão levar ao desenvolvimento da cárie.


A saliva protege nossos dentes contra mudanças de pH ácido, que acontecem logo após uma refeição. A saliva dilui ácidos e toxinas bacterianas, fornece ingredientes necessários à remineralização (reposição de minerais), capazes de neutralizar ou elevar o pH do biofilme. O risco de cárie aumenta consideravelmente quando há perda de secreção salivar (comuns em casos de radioterapia e uso de medicamentos).


DOR DE DENTE: O QUE É O TRATAMENTO ENDODÔNTICO?


A progressão da doença cárie vai levar a danos irreversíveis ao tecido pulpar (responsável pela vitalidade do dente); provocando uma resposta imunológica com mediadores de inflamação. Essa resposta se manifesta através de uma intensa dor de dente.


Conforme severidade e duração da infecção, teremos uma evolução para uma morte da polpa (conhecida como necrose pulpar).


O tratamento endodôntico promove a limpeza e desinfecção do canal radicular (onde fica a polpa), além da sua modelagem para uma vedação completa.


Abaixo mostramos um vídeo de como é tratamento endodôntico (de canal):


POR QUE MINHA GENGIVA SANGRA?


A doença periodontal, popularmente conhecida como doença da gengiva, é uma doença de caráter infeccioso, onde o biofilme é um fator determinante para seu desenvolvimento e progressão.


O acúmulo leva à inflamação gengival, destruição dos tecidos, perda óssea e, possível perda dentária.


Um dos primeiros sinais evidentes é, ao passar o fio dental, notar sangramento na gengiva. Conforme a doença vai evoluindo, notamos a gengiva inchada e um aumento do sangramento. Seguindo a evolução, vamos notar uma retração da gengiva, onde irá expor a raiz, causando sensibilidade e uma mobilidade no dente, resultado da perda óssea. Nessa última fase, o paciente perde o dente.



O QUE ACONTECE QUANDO PERDEMOS UM DENTE?

Nossos dentes são responsáveis por rasgar e triturar os alimentos. A ausência de um dente leva à dificuldade de formação do bolo alimentar, fazendo com que parte do alimento seja engolido em “pedaços”, o que além de dificultar a digestão, causa o descarte pelo corpo de toda a sua riqueza energética, como por exemplo, vitaminas e sais minerais.


Além disso, temos um prejuízo estético, influenciando a autoestima do paciente, afetando sua saúde mental e seu convívio social. Com isso, notamos um prejuízo para a saúde global do indivíduo.


CUIDADOS COM A HIGIENE ORAL:


É importante desorganizar mecanicamente o biofilme, através de escova e fio dental.


A literatura recomenda escovas de cabeça pequena e cerdas macias (para alcançar regiões de difícil acesso e limpar dentes e gengivas sem lesionar tecidos). Para uma técnica correta, procure seu cirurgião dentista.


O fio dental acessa regiões proximais (entre um dente e outro) e limpa o interior do sulco gengival, onde a escova não alcança. Dessa forma, ele é essencial. O sulco gengival é um pequeno espaço que fica ao redor de todo o dente e se ele não for higienizado, vai levar ao acúmulo de alimento, progredindo para uma doença periodontal.


A quantidade ideal de pasta de dente varia de acordo com a idade. Uma forma simples de imaginar a quantidade correta seria meio grão de arroz para crianças de até 3 anos e um grão de arroz para crianças de até 7 anos. Acima disso, a quantidade adequada é do tamanho de uma ervilha.


Cuide da sua saúde oral. Visite regularmente seu dentista!



Convidada da Semana

Natália Caldas

Cirurgiã dentista formada pela UFF/NF

Pós graduanda em Endodontia




REFERÊNCIAS


1. CURY JA.Fluor: dos 8 aos 80? In:Atualização na clínica odontológica.São Paulo, Artes Médicas, 1992.Cap.26.


2. SILA AVC, et al. Diagnóstico de lesão de cárie proximal por imagem – Revisãoo Sistematica Odontol.Clín-Cient., Recife, 11(1)17-24, jan./mar.,2012.


3. COHEN,S.;BURNS,R.C. Caminhos da polpa.Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 7.ed.2000.838p.



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