Bom dia meu povo da ciência. A matéria de hoje terá um tom um pouco diferente dos outros assuntos presentes até o momento, em que trouxeram recomendações e cuidados sobre a COVID-19. Nesta manhã traremos algo mais expositivo e reflexivo, pensamentos estes embasados em pesquisas científicas, buscando um pouco do senso crítico de quem lê esse pequeno texto.
Vocês já se perguntaram como será o mundo depois do Coronavírus ? O que essa doença trará de mudanças?
A primeira coisa que pensamos quando refletimos sobre essas perguntas é quanto ao nosso modo de vida em sociedade. Mesmo com o fim quarentena até que a vacina seja descoberta, estaremos sempre alerta e tomando as devidas medidas de segurança já estabelecidas. Logo então nos lembramos do número de pessoas mortas, das dívidas, da crise econômica e uma série de outras coisas ruins. Entretanto, já pararam para se perguntar como vai a saúde do planeta em que moramos?
Que a COVID-19 tem afetado bilhões de vidas pelo mundo inteiro é um fato. Porém com a redução no número de carros circulando nas cidades, o maior foco no trabalho de casa (home office) e a queda na produção industrial durante a pandemia colocou um freio temporário na emissão de gases do efeito estufa. A diminuição desses gases poluentes tem causado efeitos positivos em todo o planeta e revelado coisas que não eram vistas há muito tempo. Por exemplo, na China as emissões de gás carbônico (CO2) caíram um quarto (1/4) em apenas alguns meses! Isso significa que boa parte daquela fuligem (substância preta, que provém da decomposição de matérias combustíveis, também conhecido como caborno negro) toda que estávamos acostumados não vai mais atacar sua rinite. Amém! Outros indicadores mostram que os níveis de gases poluentes emitidos por indústrias e carros também caiu na itália.
Notícias como águas cristalinas nos canais de Veneza e até o aparecimento de golfinhos fizeram certo barulho nas redes sociais. E isso não é um caso isolado. Análises indicam que a vida selvagem, como peixes, tartarugas também podem se beneficiar da nossa situação dramática. Como vermos a seguir:
Esses dados são animadores, mas o impacto ambiental da COVID-19 não é completamente benéfico. Apesar da redução nas emissões de gases estufa, houve um aumento drástico no descarte de máscaras no ambiente, o que paradoxalmente aumenta a poluição humana e prejudica a vida de outras espécies. Além disto, a questão do desmatamento também é preocupante. Imagens de satélite mostraram que em 2020 o desflorestamento ilegal na região amazônica aumentou 50% comparado com os últimos anos, indicando que determinados grupos podem estar usando a COVID-19 para se beneficiar sem que a população saiba; uma cortina de fumaça. PROBLEMÃO NÃO É MESMO?!
Como pode, em alguns meses, um vírus causar tamanha mudança em nossos hábitos e, aparentemente, na saúde do planeta? Bem, os dados ainda são recentes e precisamos de mais estudos para dizer se o efeito da COVID-19 no meio ambiente será de longo prazo. Algumas atitudes de empresas e indústrias parecem apontar para esse caminho, com um número crescente de empresários favorável ao trabalho de casa. Mas ainda precisamos de respostas dos governos sobre isso. Que tal trocar aquele projeto milionário de estradas por melhora no sinal de Wi-fi? Ou estimular pedaladas ao invés de buzinas e ronco de motores? Eu aposto que você agradeceria não ter que pegar ônibus lotado todo dia!
Seria esse então momento o de pensar por qual motivo estamos poluindo o planeta? Ou até mesmo uma oportunidade de repensar sobre o nosso modo de vida!
Autores
Dr. Marcos Santana
Farmacêutico e Doutor em Biotecnologia
Marcos Clemente
Graduando em Oceanografia
Referências:
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